quarta-feira, maio 19, 2010

O Dívórcio Na Vida Cristã


O ideal de Deus é, segundo a orientação de Jesus, que o casamento seja indissolúvel (Mc 10.9). Mas há uma larga diferença entre o ideal e o real, e conhecendo a realidade do coração do homem, Deus permite exceções ao seu projeto inicial.


Sua esposa agiu como alguém que se desviou dos caminhos do Senhor, indo por uma direção de traições e mentiras. Será que você, mesmo depois de tê-la perdoado por mais de uma vez, passando por humilhações, não teria direito de separar-se e buscar um novo relacionamento? Acredito que tenha.

Você tem o direito de não admitir a traição conjugal. A infidelidade é a única situação que torna o divórcio legítimo. Neste caso, procede a nova união. Jesus disse:

Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério (Mateus 5.32).


Não havendo infidelidade o divórcio é ilegítimo, pois não se põe fim ao vínculo do casamento. Mas o mesmo não se pode dizer quando o motivo é o adultério.
Na Bíblia, vemos que o ideal de Deus é que não houvesse traição nem separação. Contudo, havendo, e por causa da dureza do coração humano (MT 19.8), o traído pode perdoar quem o ofendeu, mas tem o direito de optar por separar-se do cônjuge infiel e casar-se de novo com outra pessoa.

O divórcio por causa do adultério seria um basta a essa situação humilhante, pondo fim aos vínculos do casamento. Mas, no simples caso de repúdio ao cônjuge, o divórcio seria ilegítimo.

Algumas pessoas empregam Romanos 7.1-3 como base para uma posição contrária a um novo casamento em qualquer hipótese. Afirmam que tanto quem trai como quem foi traído estão ligados até a morte. O contexto não permite tal entendimento.


O objetivo do apóstolo Paulo era mostrar a diferença entre a Antiga Lei e o Novo Concerto, mais especificamente para os judeus.
Utilizar este texto para condenar o divórcio em qualquer hipótese é ser mais duro do que Jesus. Seria obrigar a pessoa traída a conviver com o traidor sem jamais poder divorciar-se, ainda que agredida repetida e continuadamente.


Se a Nova Aliança condenasse alguém a esse tipo de jugo, não se faria superior em nada a primeira, já que a lei mosaica, nesse sentido, seria mais humana e justa.
Os judeus não tinham o casamento como indissolúvel. Eles conheciam as exceções. Jesus apenas as interpretou de forma restritiva, pois havia um abuso e uso indevido da Lei.

A graça de Deus é infinita e alcança aquele que foi traído e o que traiu. O divorciado tem o perdão de Deus e pode buscar a salvação que há em Jesus e um novo casamento. Logo, não é necessário afastar-se da igreja e da comunhão com os irmãos em Cristo.
Que as ricas bênçãos de Deus estejam sobre sua vida0.

(Texto Silas Malafaia: psicólogo clínico, conferencista internacional e pastor evangélico).

Um comentário:

Anônimo disse...

pastor, eu tenho vivido esta situação no meu casamento e não foi so uma vez que eu fui traida pedoei todas as vezes que aconteceu não me divorciei, mas me sinto humilhada e não tenho mais confiança e desconfio que meu marido ainda continua me traindo mas penso em meus filhos e tenho medo de tomar uma atitude.Não sei o que fazer? tenho muito temor a Deus.