sábado, agosto 28, 2010

VENCENDO AS TENTAÇÕES


Com o episódio da tentação de Jesus, registrada em Lucas 4.1-11, podemos aprender algumas lições sobre como vencer as tentações. A primeira característica para ser um vencedor é esvaziar-se de si mesmo e encher-se do Espírito Santo, da Sua presença, do Seu poder, da Sua unção. Se formos cheios do Espírito Santo, com certeza conseguiremos vencer aquilo que nos tenta.

Satanás conhece aquele que está cheio do Espírito Santo, revestido de unção. E o maior exemplo da importância deste revestimento é o próprio Jesus que, ao ser batizado nas águas do rio Jordão, os céus se abriram, e veio sobre Ele, como uma pomba, o Espírito de Deus. Houve um revestimento especial de poder.

Se estivermos cheios do Espírito Santo, podemos deixar que o Senhor dirija a nossa vida. Esta é a segunda condição para vencermos as tentações: não agirmos baseados em “achologias”, em intuição, em sentimentos. Jesus foi dirigido pelo Espírito Santo. Então, devemos deixar o Espírito Santo guiar-nos. Certamente, guiados e dirigidos por Ele, seremos levados a lugares mais altos e melhores.

Você quer vencer a tentação? Ore e jejue! Jesus venceu o inimigo com jejum. Foram quarenta dias e quarenta noites jejuando. Isto leva à santificação e é uma das armas mais poderosas para dominarmos nossa natureza pecaminosa, para disciplinarmos nossa vontade.

Jejuar é sair da dimensão da terra, e entrar na dimensão do céu. Jejuar não é deixar de comer para apresentar a Deus um sacrifício. É deixar de alimentar o corpo, para enfraquecer a carne, alimentar a alma com a Palavra de Deus e vivificar o espírito.
Sabemos que a nossa luta não é contra carne nem contra o sangue, mas contra os espíritos malignos. Não poderemos combater Satanás, que é espírito, com armas humanas, mas sim com armas espirituais. O jejum é uma arma com a qual podemos derrubar as fortalezas do diabo.

Outra arma que você deve usar para vencer a tentação é a Palavra. Se Eva tivesse usado a espada do Espírito no jardim do Éden, com certeza ela teria vencido a Satanás. A Palavra de Deus não deixa dúvidas (Gn 2.16,17). Ela é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração (Hb 4,12).

Você quer vencer as tentações? Vigie e ore! Vigiar é estar atento ao jogo, é saber a origem, é estar apercebido das coisas. Vigiar é estar em uma vigília constante. Além disso, seja obediente a Deus! Jesus foi totalmente obediente ao Pai em tudo (Fp 2.8). Apesar de ter a mesma glória, a mesma imagem, o mesmo poder para realizar as mesmas coisas, Cristo obedeceu.

Nada é tão importante aos olhos do Senhor como obedecer à Sua vontade (Hb 5.8). Você pode conhecer tudo o que diz respeito à luta contra os espíritos malignos, mas se não for obediente a Deus, se não tiver Jesus como seu Salvador e Senhor absoluto de sua vida, não vencerá tentação alguma, por menor que ela seja.

Em suma, você quer vencer as tentações? Seja cheio do Espírito Santo e deixe-o dirigir sua vida; jejue; conheça e use a Palavra de Deus; vigie e ore; fuja da aparência do mal; seja obediente ao Pai. O diabo conhece os que são obedientes ao Senhor. Ele até os tenta, mas sabe que já é um derrotado.

Texto: Silas Malafaia é psicólogo clínico, conferencista internacional e pastor evangélico

terça-feira, agosto 24, 2010

Existe ou não a predestinação?


Não creio na predestinação individual, como se Deus houvesse amado a uns mais do que a outros, antes mesmo de nascerem. Não consigo conceber o Criador traçando um plano para salvar os “previamente amados” e condenar outros, os “menos amados”, sem sequer dar-lhes a opção de escolherem se querem ou não a salvação. É impossível conceber a ideia de que todos teriam um destino predefinido antes mesmo de nascer.

Se o homem não tivesse autoconsciência e livre-arbítrio, não teria culpa de absolutamente nada. E um estuprador ou qualquer outro malfeitor não poderia ser acusado nem condenado, pois esta seria sua única opção. Então, Deus, que o criou assim, não poderia puní-lo; afinal, sem livre-arbítrio, ninguém teria condições de agir de outro modo.

A Bíblia fala de eleição (1Cr 16.13; Is65; Rm11;Cl3.12; Tt1.1; 1Pe1.2; Ap17.14) e de predestinação (Rm 8.29,30; Ef 1.5,11). Mas não num sentido individual. Tais textos se referem ao destino coletivo dos santos do Antigo e do Novo Testamento; aqueles que deliberadamente escolhem obedecer a Deus e à Sua Palavra.

No Novo Testamento, os eleitos de Deus são todos aqueles que creram em Jesus e aceitaram o senhorio dele, tornando-se participante da Igreja. A partir dessa experiência pessoal, chamada de salvação, tais pessoas passaram a desfrutar da comunhão com Deus pelo Espírito Santo que veio habitar nos cristãos (pequenos cristos), para moldá-los à imagem divina de Jesus, de quem se tornaram irmãos e co-herdeiros, tendo direito ao céu e à vida eterna.

Andeis como é digno da vocação (...) querendo o aperfeiçoamento dos santos (...) até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus,(...) para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano dos homens...(Ef 4.1,12-15).

Leia também Romanos 8.17; 2Co 3.18 e Ef 5.1.
É claro que Deus, sendo onisciente, sabe de todas as coisas, inclusive quem será salvo e quem não será. Mas isto não significa que Ele tenha predestinado uns para o céu, e outros para o inferno. Afinal, Deus criou o ser humano e concedeu-lhe livre-arbítrio, responsabilizando-o por seus atos e suas escolhas. Se não fosse assim, a promessa de salvação não seria condicional: aquele que perseverar até ao fim será salvo (MT 10.22; 24.13; Mc 13.13). Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida (AP 2.10).

Deus deseja que todos se salvem, mas muitos não atendem ao seu chamado. Se não existisse livre-arbítrio, o pecado da humanidade teria sido um plano do próprio Deus, como se Ele tivesse traçado esse destino de pecado e morte para o homem. Isso é um absurdo teológico!

Logo, a incompreensão dos conceitos de eleição e de predestinação tem servido de base para a defesa de uma “predestinação fatalista” que não tem base bíblica; a qual se vale de um texto sem o contexto. Isto infringe a hermenêutica bíblica e compromete a sã doutrina cristã.

Por fim, deixamos um texto do Antigo Testamento que serve de alerta e de base para todos aqueles que desejam ser salvos e tronar-se eleitos e predestinados ao céu.

Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao SENHOR, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu a minha casa serviremos ao SENHOR (Josué 24.15).
Que as bênçãos de Deus sejam derramadas sobre sua vida.

Texto: Silas Malafaia é psicólogo clínico, conferencista internacional e pastor evangélico

domingo, agosto 08, 2010

DEVEMOS ADORAR OS ANJOS?


Na época da Igreja primitiva, já existiam crentes que valorizavam mais as experiências e os dons do que a Palavra de Deus e que eram dirigidos por fantasias e misticismo. Alguns deles até cultuavam anjos, pois os falsos mestres ensinavam que era preciso reverenciar e adorar os seres angelicais como mediadores entre Deus e a humanidade, para ter comunhão com Deus.

Isto é um grave erro! Quem invoca ou cultua anjos está rejeitando a autoridade e o senhorio de Jesus Cristo, que derramou o Seu sangue na cruz do Calvário para nos purificar de nossos pecados e é o único Mediador entre Deus e o homem (1 Tm 2.5). Além disso, quem cultua anjos, seguindo doutrinas de falsos mestres, demonstra, por meio de suas atitudes, que valoriza mais os ensinamentos humanos do que a Palavra de Deus .

Em Apocalipse 19.10, o próprio anjo repreendeu o apóstolo João quando este se inclinou para adorá-lo, pensando que fosse o ser divino: Olha, não faças tal; sou teu conservo e de teus irmãos que têm o testemunho de Jesus; adora a Deus; porque o testemunho de Jesus é o espírito de profecia.

Embora alguns anjos sejam hierarquicamente superiores a outros, como o arcanjo Miguel (Dn 10.13; 12.7), e assistam diante do trono de Deus, como Gabriel (Lc 1.19), isto não os torna objetos de adoração. Eles são conservos nossos. O problema é que muitas pessoas ficam impressionadas com a existência desses seres celestiais; ficam maravilhadas com o poder e as atividades angelicais. Contudo, não se pode igualar as características e habilidades deles com as de Deus. Os anjos são criaturas; Deus é o Criador “incriado” deles. Logo, os anjos dependem dele para continuar a existir e para desempenhar suas funções.

Segundo a Bíblia Sagrada, quem são os anjos? São espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação (Hb 1.14). Como seres espirituais, que têm um corpo imaterial, na maior parte do tempo, os anjos são invisíveis aos olhos humanos, mas atuam em nosso mundo físico de acordo com a vontade de Deus, fazendo com que ela se cumpra.

O que os anjos costumam fazer? Eles transmitem mensagens e revelações do Senhor aos Seus servos, para animá-los, confortá-los, dar livramentos, reuni-los com o povo de Deus (Dn 10; Zc 1.19,20); protegem os que temem ao Senhor das investidas do maligno (Sl 34.7; 91.11,12; Dn 6.22); batalham a favor de cristãos, povos e nações em conflitos que se travam no mundo espiritual (Is 37.36; Dn 10.13; 12.1) e cumprem decretos e juízos do Altíssimo (Gn 19; At12.23; Ap 16).

Os cristãos não podem jamais cultuar anjos ou qualquer outra pessoa ou ser, pois, como lembrou Jesus, citando Deuteronômio 5.9: Ao Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto (Mateus 4.10 ). Sendo assim, para ratificar o ensino bíblico acerca dos anjos e evitar misticismo ou culto aos anjos, finalizo com duas exortações de Paulo à Igreja: Ninguém vos domine a seu bel- prazer, com pretexto de humildade e culto aos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde inchado na sua carnal compreensão (Cl 2.18). Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema (Gl 1.8).

Texto: Silas Malafaia é psicólogo clínico, conferencista internacional e pastor evangélico

domingo, agosto 01, 2010

COMO EDUCAR OS FILHOS SEGUNDO A BÍBLIA?


Corrigir os filhos é um dever dos pais. A Bíblia diz: Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá (Pv 23.13).

Contudo, esse tipo de disciplina (com a vara, símbolo de um leve castigo físico) só deve ser aplicado à criança com mais de três anos. Uma criança com menos idade é apenas um bebê; por isso não tem noção do que é certo ou errado. Se levanta a mão para você, está agindo instintivamente e repetindo o seu gesto. Logo, é perfeitamente possível, nessa idade, corrigir a criança sem a necessidade de tapas, que apenas a machucam, sem que ela entenda por que está apanhando e absorva alguma lição.

Evidentemente, mesmo quando a criança tem condições de entender a correção que está recebendo, os pais não devem infligir-lhe castigos despropositados ou exagerados. Em momento algum a Bíblia recomenda aos pais abusar física, emocional ou moralmente dos filhos. Não é isto que é fustigar com a vara. Logo, os pais não têm o direito de queimar seu filho, de tirar-lhe a comida, de promover humilhações morais. Isto não é disciplinar, é torturar a criança; é uma prova de desequilíbrio dos pais.

Existem gestos, olhares e atitudes que os pais podem usar para mostrar à criança que não estão gostando do que ela está fazendo. Na maioria dos casos, basta uma conversa. Somente em alguns momentos extremos, precisarão usar a “amorosa” correção física, pois, se não o fizerem, a “vida” o fará. E pode ter certeza de que não será da forma amorosa como os pais o fariam.

Disciplinar é mais do que corrigir um mau comportamento, substituindo o errado pelo certo. É gerar reflexão, a fim de que a criança constate que obedecer a princípios gera paz, alegria e bom relacionamento.

A disciplina deve ser apropriada a cada fase em que a criança se encontre. Mas, qualquer que seja a idade de seu filho, evite gritar, fazer gestos bruscos e discutir na frente dele, pois ele poderá tornar-se nervoso, violento e/ou briguento. E, antes de tudo, ore e jejue por ele. Peça a Deus sabedoria para criá-lo nos caminhos do Senhor. Não o deixe muito tempo em frente à televisão; antes, leve-o a cultivar o hábito de ler a Bíblia em casa e ouvir louvores.


A arma mais poderosa da educação é o amor que podemos dedicar aos nossos filhos. Para isso, é preciso reservar um tempo diário para dar-lhes mais atenção e conversar com eles. Caso contrário, a televisão, as revistas, a internet, os jogos de videogames e os amigos exercerão maior influência sobre as crianças do que os pais e os valores cristãos.

Pais ausentes geram filhos insubmissos. Pais desequilibrados geram filhos depressivos. Pais descrentes geram filhos desviados. Pais insubmissos geram filhos sem limites. Pais violentos geram filhos agressivos. Pais irresponsáveis geram filhos desordeiros. Façamos então, a diferença, ensinando o amor de Deus a esta geração.

Recomendo a leitura de Como conquistar a obediência dos filhos e Pais e filhos no reino de Deus, da Editora Central Gospel. Esses livros mostram de maneira prática e objetiva como educar as crianças de acordo com a Bíblia.
Que Deus abençoe a sua vida!

Texto: Silas Malafaia é psicólogo clínico, conferencista internacional e pastor evangélico.