domingo, junho 06, 2010

Masturbação: é ou não uma prática pecaminosa?



Muitos pastores e pais cristãos se perguntam: “Como abordar o tema masturbação à luz da Palavra de Deus?” Não é algo simples. E, por muitos fugirem desta responsabilidade, não discutindo o assunto por medo, tabu, falta de informação, o conflito na mente de muitos jovens persiste. E alguns, desinformados, poderão adotar tal prática, sucumbindo à culpa neurótica ou refugiando-se na educação secular e em padrões mundanos, que contrariam os princípios que Deus estabeleceu para o desenvolvimento sadio e equilibrado do ser humano; e trazem sérias conseqüências à vida espiritual, psíquica e emocional.

A masturbação é ou não uma prática pecaminosa à luz da Palavra de Deus? Sim, e talvez a maior dificuldade de alguns para lidar com a questão seja a inegável realidade da explosão hormonal na puberdade e o fato de a Bíblia não proibir explicitamente esta prática – o que não nos impede de deliberar sobre o assunto, com base em textos mais genéricos, como os que estão em Gênesis 2.24, 38.6-8, Romanos 6.12, 1Coríntios 6.12, 1Tessalonicenses 4.3-5.

No primeiro texto, vemos que Deus criou o homem e a mulher com órgãos genitais distintos, deu-lhes a libido, o desejo de união sexual, a fim de saciarem os seus desejos mais íntimos de companhia, de intimidade e de afetividade; necessidade que só são plenamente satisfeitas a partir do casamento, ou seja, da união legal entre um homem e uma mulher que deixaram afetiva, econômica e geograficamente os pais, ou seja, que atingiram a maturidade. Sendo assim, o ato pelo qual alguém exercita sua sexualidade solitariamente, proporcionando a si mesmo o orgasmo, é uma prática contrária ao projeto de Deus para a vida do ser humano.

Além disso, alguém consegue masturbar-se sem imaginar um ato sexual, sem ter fantasias eróticas e sem deixar-se dominar pela lascívia ou pela luxúria? Após ceder à masturbação, a pessoa consegue ficar isenta da vergonha e da culpa?

Na segunda passagem (Gn38.6-8), encontramos o caso de Onã que agindo de maneira egoísta tinha relação sexual com a esposa, mas derramava o sêmen na terra. Era uma masturbação disfarçada. Por isso, o segundo nome que dão à masturbação é onanismo.

Creio que não. Por quê? Porque Deus dotou o ser humano com um código moral, e toda vez que o infringimos há tristeza, dor, culpa, porque o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). E quando uma pessoa é subjugada por algo, ainda que seja um desejo legítimo, ela se torna escrava (2Pedro 2.19). Daí a recomendação de Paulo em Romanos 6.12: Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências. A conclusão do apóstolo é salutar: Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma (1Co 6.12).

Em suma, não apenas a masturbação, mas qualquer prática sexual sem o compromisso do casamento entre um homem e uma mulher está fora do projeto de Deus, é pecaminosa e traz conseqüências funestas para o ser humano. Mas também queremos lembrar que não há pecado que Deus não possa perdoar, pois Cristo veio para buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Em seu sangue há perdão e purificação para os nossos pecados.


Texto: Silas Malafaia é psicólogo clínico, conferencista internacional e pastor evangélico

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